terça-feira, 19 de janeiro de 2016

CESÁRIO VERDE: APONTAMENTOS 1




Cesário Verde é criado entre gente do povo, humilde, que se dedica à faina agrícola com ardor e entusiasmo. Dessa época, resulta o forte visualismo dos seus versos e do contacto que tem com todos aqueles que trabalham na cidade, ou que nela se movimentam, surgem muitos dos seus temas os quais refletem uma dupla atitude:
1 – a de um artista que retrata a realidade;
2 – a de poeta que capta o pormenor cheio de humanismo.
            Em lisboa, Cesário observa a vida citadina, desde os calceteiros às peixeiras, às hortaliceiras que constituem a outra face da realidade lisboeta; são o lado oposto ao da grandeza e que sustentam a cidade. Deste contacto, e como já foi referido, o poeta recolhe grande parte dos temas das suas poesias enquanto deambula pelas ruas da cidade. Também por isso, raramente os interiores são retratados.
            Numa carta ao seu amigo Silva Pinto, escreve:
            A mim, o que me rodeia, é o que me preocupa.
ou ainda
pinto quadros por letras, por sinais.
Fernando Pessoa dirá mesmo que Cesário Verde foi um pintor que nasceu poeta.

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E porquê falar de Impressionismo em Cesário Verde?
            Cesário pretende captar as impressões que as coisas lhe deixam. O poeta projeta no exterior o seu interior nascendo, assim, a poesia do real que lhe permite rever-se nas coisas e atingir o equilíbrio.

            E Realismo?
            Cesário conseguiu cortar com a retórica romântica, descreve e denuncia uma realidade social miserável que é a da sua época, oferecendo uma visão fotográfica do mundo.


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